Cadastro Único
O Cadastro Único para Programas Sociais identifica e detalha famílias de baixa renda em todo o Brasil, coletando informações como endereço, composição familiar, renda e escolaridade. É o principal mecanismo para conectar essas famílias a programas federais como Bolsa Família, Auxílio Gás e Minha Casa Minha Vida, além de servir para programas estaduais e municipais. Essa base de dados ajuda os governos a entender as condições de vida das famílias vulneráveis, facilitando o planejamento de novos programas e a seleção eficiente de beneficiários.
Quem tem Direito?
Todas as Famílias de Baixa Renda residentes no Brasil
Famílias com renda mensal de até meio salário-mínimo por pessoa são elegíveis e devem se inscrever no Cadastro Único. Aqueles com renda superior também podem ser cadastrados, desde que estejam buscando acesso a programas ou serviços específicos.
É importante destacar que o Cadastro Único considera grupos e comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas, ribeirinhos e pessoas em situação de rua, garantindo que essas populações tenham oportunidades de inclusão. O objetivo central do Cadastro Único é “Conhecer para incluir”, ampliando o acesso aos direitos e benefícios sociais.
Importância do Cadastro
Com o Cadastro Único, famílias de baixa renda têm acesso a benefícios sociais, como o Bolsa Família e descontos na conta de luz. Esses benefícios são ajustados conforme as necessidades e características de cada família registrada.
Programas que Usam o Cadastro Único
Famílias cadastradas no Cadastro Único podem acessar diversos programas sociais, incluindo dezenas de iniciativas do governo federal. Além disso, muitos estados e municípios também oferecem benefícios que utilizam o Cadastro Único. Verifique no CRAS ou no Posto de Cadastramento se sua cidade ou estado possui programas locais.
Alguns dos principais benefícios federais vinculados ao Cadastro Único são o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a Tarifa Social de Energia Elétrica e a Carteira da Pessoa Idosa.

Requisitos mínimos para se cadastrar no Cadastro Único
Renda Familiar
A principal exigência para o cadastro é a renda familiar, que deve estar dentro dos limites estabelecidos:
- Renda per capita (por pessoa da família): Deve ser de até meio salário mínimo (ou seja, até R$ 606,00 por pessoa, considerando o salário mínimo de 2025).
- Renda familiar total: A soma da renda de todos os membros da família deve ser de até três salários mínimos (aproximadamente R$ 3.636,00 mensais, considerando o salário mínimo de 2025).
Residência no Brasil
- O Cadastro Único é destinado a famílias residentes no Brasil, sejam elas brasileiras ou estrangeiras.
- Caso o responsável pela família seja estrangeiro, é necessário ter o Registro Nacional de Estrangeiro (RNE).
Composição Familiar
- O cadastro deve ser feito considerando a unidade familiar, ou seja, o responsável pelo cadastro deve incluir todas as pessoas que moram na mesma residência, independentemente de serem parentes ou não.
- A família pode ser composta por:
- Casais (com ou sem filhos),
- Mães ou pais solteiros com filhos ou dependentes,
- Pessoas que moram juntas e têm dependência econômica (não necessariamente sendo parentes de sangue).
Documentação do Responsável Familiar
- Deve ser registrado um responsável familiar para fazer o cadastro (geralmente é o chefe da família ou alguém que tenha maior responsabilidade financeira ou familiar).
- Esse responsável deve apresentar documentos de identificação válidos, como:
- RG ou CPF,
- Comprovante de residência,
- Comprovante de renda (se possível),
- Certidão de nascimento ou casamento (caso necessário).
Pessoas com Deficiência ou Situação Especial
- Pessoas com deficiência ou idosos com mais de 65 anos (no caso de terem baixo rendimento) podem se beneficiar de programas específicos.
- O Benefício de Prestação Continuada (BPC), por exemplo, pode ser acessado por pessoas com deficiência ou idosos de baixa renda, e o Cadastro Único é necessário para a solicitação.
Famílias em Situação de Vulnerabilidade Social
Famílias em situações de vulnerabilidade social também são elegíveis, como aquelas que vivem em áreas de risco, pessoas em situação de rua, entre outros.
Passo a Passo para o cadastro unico
1. Verifique os Requisitos
Antes de iniciar o processo de cadastro, certifique-se de que sua família atenda aos critérios de elegibilidade:
- Renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa (renda per capita).
- Renda familiar total de até três salários mínimos.
Documentos necessários:
- Documento de identificação (RG, CPF ou outro documento oficial com foto).
- Comprovante de residência (conta de luz, água, telefone, etc.).
- Certidão de nascimento ou casamento (dependendo do caso).
- Comprovante de renda (se disponível, como holerites, declarações, etc.).
2. Dirija-se ao CRAS (Centro de Referência de Assistência Social)
O cadastro é feito presencialmente nos CRAS, que são unidades da assistência social localizadas em diversas cidades e municípios. Não há como fazer o cadastro online.
- Onde encontrar? Você pode localizar o CRAS mais próximo consultando a prefeitura da sua cidade ou verificando no site do Ministério da Cidadania.
- O que levar? Leve todos os documentos listados acima para realizar o cadastro com mais facilidade.
3. Preenchimento do Cadastro
Ao chegar ao CRAS, você será atendido por um assistente social ou um atendente especializado que vai ajudá-lo a preencher o formulário.
Este formulário exige informações sobre:
- Composição familiar: Quem mora na sua casa, incluindo nome, idade, escolaridade, situação de trabalho e rendimento de cada membro da família.
- Condições de moradia: Se a casa é própria ou alugada, tipo de construção, acessibilidade, entre outros dados.
- Renda familiar: Todos os membros que trabalham e seus rendimentos mensais.
- Situação de saúde, educação e outras condições socioeconômicas.
4. Entrega de Documentos e Finalização
Após preencher as informações, você precisa entregar os documentos solicitados. O assistente social irá conferir tudo e finalizar o processo de cadastro.
5. Acompanhamento do Cadastro
Após o cadastro, você receberá um número de NIS (Número de Identificação Social), que será utilizado para acessar diversos programas e benefícios sociais, como o Bolsa Família (atualmente Auxílio Brasil), entre outros.
O NIS é muito importante, pois é com ele que o governo controla o acesso aos serviços.
6. Atualizações e Manutenção
É importante atualizar o Cadastro Único sempre que houver mudanças na composição familiar ou nas condições de moradia, emprego, saúde, etc. As atualizações devem ser feitas no CRAS e podem ser solicitadas a cada dois anos ou sempre que ocorrerem mudanças significativas.
Ferramentas do Cadastro Único
Poucos sabem, porém existem diversas ferramentas de suporte ao cidadão. Observe nas páginas oficiais as ferramentas que são disponibilizadas ao cidadão.
Observatório do Cadastro Único
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CECAD 2.0
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Portal de Gestão
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Outras Ferramentas
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Cadastro Único: A Ferramenta Essencial para Reduzir Desigualdades no Brasil
O Cadastro Único para Programas Sociais é uma das principais ferramentas do governo brasileiro para identificar e registrar as famílias de baixa renda, sendo um pilar central nas políticas de inclusão social. Desde a sua criação, o Cadastro Único tem servido como base para a concessão de diversos benefícios sociais, incluindo o Bolsa Família, o Auxílio Gás e a Tarifa Social de Energia Elétrica. A partir desse sistema, o governo federal, bem como estados e municípios, consegue obter dados precisos sobre a realidade socioeconômica da população mais vulnerável, possibilitando a criação de políticas públicas mais eficazes e direcionadas.
Como Funciona o Cadastro Único
O Cadastro Único é uma base de dados que reúne informações detalhadas sobre as famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social. Entre os dados coletados estão o endereço, características do domicílio, composição familiar, escolaridade, situação de trabalho e renda, presença de pessoas com deficiência, entre outros. Famílias com renda mensal de até meio salário-mínimo por pessoa, ou total de até três salários-mínimos, são prioritárias para cadastramento. No entanto, famílias com rendas maiores também podem se registrar, caso estejam buscando acesso a programas ou serviços sociais específicos.
A coleta dessas informações ocorre por meio de entrevistas presenciais nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), que posteriormente são validadas e inseridas no sistema nacional. O objetivo do Cadastro Único é permitir que o governo conheça melhor a realidade dessas famílias e, a partir desse conhecimento, possa planejar e implementar políticas públicas que contribuam para a redução da pobreza e desigualdade no Brasil.
Impacto Social e Econômico
O Cadastro Único tem um papel crucial na inclusão de famílias de baixa renda em programas de transferência de renda, que são fundamentais para o combate à pobreza. O Bolsa Família, por exemplo, foi criado com base no Cadastro Único e, ao longo dos anos, beneficiou milhões de famílias em situação de extrema pobreza, oferecendo uma renda mínima e condicionando o recebimento do benefício à permanência dos filhos na escola e ao cumprimento do calendário de vacinação.
A relevância do Cadastro Único na melhoria de indicadores sociais é evidente quando se observam os impactos na educação e na saúde. Com o auxílio financeiro proporcionado pelos programas sociais vinculados ao Cadastro, as famílias conseguem manter as crianças na escola e garantir a alimentação básica, o que contribui para a redução da evasão escolar e da desnutrição infantil. Da mesma forma, o acompanhamento de saúde, como a exigência de vacinação, melhora os indicadores de saúde pública, reduzindo a mortalidade infantil e doenças preveníveis.
Influência no IDH
O impacto do Cadastro Único no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) também é significativo. O IDH, que mede o nível de desenvolvimento de uma população a partir de três dimensões principais — renda, educação e saúde —, reflete diretamente os resultados das políticas públicas baseadas no Cadastro Único. Ao proporcionar maior acesso à educação e à saúde, e ao reduzir a desigualdade de renda por meio de programas de transferência, o Cadastro Único tem ajudado a elevar os níveis de desenvolvimento humano em diversas regiões do Brasil, especialmente em áreas historicamente marginalizadas.
No Nordeste, uma das regiões mais vulneráveis do país, o Bolsa Família, ancorado no Cadastro Único, foi responsável por melhorar substancialmente o acesso à educação e saúde, o que elevou o IDH da região em um período relativamente curto. Municípios que antes tinham indicadores críticos de pobreza e saúde, passaram a apresentar melhoras consideráveis, graças à integração das políticas públicas com a base de dados do Cadastro Único.
Impactos na Saúde Pública
Na área da saúde, o Cadastro Único tem sido utilizado como uma ferramenta eficaz para mapear as necessidades da população e garantir que os recursos cheguem aos que mais precisam. O vínculo entre o Bolsa Família e o acompanhamento da saúde das crianças é um exemplo prático de como o sistema pode ajudar a melhorar os indicadores de saúde pública. Programas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que atende idosos e pessoas com deficiência, também têm contribuído para garantir acesso a serviços de saúde e tratamentos necessários.
Além disso, a Tarifa Social de Energia Elétrica, que oferece descontos na conta de luz para famílias de baixa renda, ajuda a garantir condições básicas de saúde e bem-estar, ao possibilitar o uso de equipamentos como geladeiras para conservar alimentos e remédios, e ventiladores em regiões de clima quente. Essa melhoria nas condições de vida tem reflexos diretos na saúde da população, reduzindo doenças associadas à má nutrição e condições precárias de moradia.
Comparações Internacionais
O Cadastro Único pode ser comparado a programas similares implementados em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Supplemental Nutrition Assistance Program (SNAP), conhecido como vale-alimentação, utiliza um sistema de cadastro para identificar famílias de baixa renda e oferecer auxílio para a compra de alimentos. Embora o SNAP não esteja diretamente vinculado a um cadastro tão amplo quanto o Cadastro Único, ele segue uma lógica semelhante, utilizando dados sobre a renda e composição familiar para direcionar os benefícios a quem mais necessita.
No México, o programa Prospera (anteriormente conhecido como Oportunidades) também foi um importante exemplo de como políticas sociais baseadas em cadastros podem gerar impactos positivos. O programa mexicano, assim como o Bolsa Família, oferecia transferências condicionadas de renda, e seu sucesso foi amplamente reconhecido, com efeitos diretos na melhoria dos indicadores de educação e saúde da população mais pobre do país.
Em países europeus, como a França, sistemas de proteção social, como o Revenu de Solidarité Active (RSA), utilizam registros detalhados sobre a situação socioeconômica dos cidadãos para garantir a distribuição de auxílios de renda. Embora existam diferenças na forma de implementação e nos critérios de elegibilidade, a premissa de um cadastro nacional que centralize informações para direcionar políticas sociais é uma constante nos países com sistemas de bem-estar robustos.
Desafios e Futuro do Cadastro Único
Apesar dos avanços significativos proporcionados pelo Cadastro Único, ainda há desafios a serem superados. A atualização constante dos dados é uma das principais dificuldades, pois a realidade socioeconômica das famílias pode mudar rapidamente, exigindo revisões periódicas. Além disso, é necessário garantir que o sistema atenda de maneira eficiente as populações mais vulneráveis, como comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas e pessoas em situação de rua, que muitas vezes enfrentam barreiras de acesso à informação e serviços públicos.
O futuro do Cadastro Único depende de sua capacidade de adaptação às novas demandas da sociedade e das políticas públicas. Com o avanço da tecnologia, o uso de ferramentas digitais pode facilitar o cadastramento e a atualização de dados, além de permitir uma gestão mais eficaz dos programas sociais.
Em termos de impacto social, o Cadastro Único continuará sendo uma peça fundamental para a inclusão e a melhoria das condições de vida das famílias de baixa renda no Brasil. Seu sucesso depende da capacidade do governo de utilizar as informações coletadas para criar políticas públicas que realmente façam a diferença, não apenas no curto prazo, mas de maneira sustentável, ajudando a reduzir as desigualdades estruturais que ainda marcam o país.
Considerações Finais
O Cadastro Único tem se mostrado um instrumento poderoso na redução da pobreza e na melhoria dos indicadores de desenvolvimento humano no Brasil. Ao centralizar informações sobre as famílias de baixa renda e conectar essas informações a programas sociais, o sistema permite uma gestão mais eficiente dos recursos públicos e uma melhor distribuição de benefícios. Com paralelos em outros países, o Cadastro Único é uma referência na implementação de políticas de inclusão social, sendo um dos pilares do combate à desigualdade no Brasil.
A continuidade e expansão desse sistema são essenciais para que o Brasil possa avançar na luta contra a pobreza e oferecer melhores condições de vida para sua população mais vulnerável, com reflexos diretos na saúde, educação e qualidade de vida geral do país.