Guia Essencial de Saúde Mental: Como Identificar e Buscar Ajuda

Um Guia Essencial para a Saúde Mental: Identificar, Buscar Ajuda e Apoiar Quem Você Ama

Por Manus AI – Atualizado em agosto de 2025

Consulta psicológica profissional em ambiente acolhedor
Atendimento psicológico profissional em ambiente seguro e acolhedor

Prefácio: Acolhendo a Jornada da Saúde Mental

A saúde mental é um pilar fundamental do bem-estar, tão crucial quanto a saúde física, embora muitas vezes relegada a segundo plano. No Brasil, os dados mais recentes de 2024 revelam uma realidade alarmante: o país registrou mais de 470 mil afastamentos do trabalho por transtornos mentais, representando o maior número desde 2014 [1]. Essa estatística não apenas evidencia a magnitude do problema, mas também destaca a urgência de desmistificar o apoio psiquiátrico e psicológico.

O Brasil ocupa atualmente a 4ª posição mundial entre os países mais estressados, com 42% da população relatando esse sentimento [2]. Mesmo antes da pandemia, já éramos o país com maior prevalência de ansiedade no mundo [3]. Esses números refletem não apenas a pressão socioeconômica contemporânea, mas também as barreiras significativas que ainda enfrentamos: o estigma social, a desinformação e a falta de conhecimento sobre como identificar os sinais de que algo não vai bem.

A busca por auxílio psiquiátrico e psicológico ainda enfrenta obstáculos consideráveis. A falta de conhecimento sobre como identificar os sinais de alerta, a quem recorrer e como apoiar um ente querido agrava quadros que poderiam ser tratados precocemente. Segundo pesquisa recente, 54% da população brasileira considera a saúde mental o principal problema de saúde no país [4], demonstrando uma crescente consciência sobre a importância do tema.

Este guia foi elaborado para desmistificar o apoio psiquiátrico, combater o preconceito e fornecer um mapa claro e confiável para a ajuda. Ele é um convite à ação, à autocompaixão e ao cuidado com o outro. Ao reconhecer que os problemas de saúde mental são condições médicas legítimas e que a busca por tratamento é um ato de força, não de fraqueza, podemos iniciar uma jornada de cura e transformação que faz a diferença na vida das pessoas e de suas comunidades.

1. Identificando os Sinais de Alerta: Quando a Ajuda se Faz Necessária

O primeiro passo para o tratamento da saúde mental é a consciência. Diferentemente de uma doença física, cujos sintomas podem ser mais óbvios, os sinais de alerta de um transtorno mental são frequentemente sutis e podem ser confundidos com cansaço, insatisfação ou falta de “força de vontade”. Essa interpretação errônea é perigosa, pois adia a busca por ajuda profissional e permite que o quadro se agrave.

Os dados de 2024 mostram que os principais motivos de afastamento do trabalho por transtornos mentais foram transtornos de ansiedade (141.414 casos) e episódios depressivos (113.604 casos) [5]. Esses números evidenciam a importância de reconhecer precocemente os sinais desses transtornos, que afetam milhões de brasileiros diariamente.

A observação atenta desses sinais, tanto em si mesmo quanto em pessoas próximas, é um ato de cuidado que pode prevenir complicações maiores. Os problemas de saúde mental se manifestam em um espectro que afeta as esferas emocional, comportamental, física e cognitiva.

Sinais Emocionais e Comportamentais

A tristeza persistente, a perda de interesse ou prazer em atividades antes apreciadas, a apatia e a preocupação excessiva são sinais emocionais comuns de que algo não está bem. Comportamentalmente, a pessoa pode apresentar isolamento social prolongado, dificuldade para abandonar vícios ou adotar comportamentos impulsivos e perigosos.

É importante distinguir entre momentos normais de tristeza ou ansiedade e padrões persistentes que interferem no funcionamento diário. Quando esses sentimentos persistem por mais de duas semanas consecutivas e começam a impactar significativamente o trabalho, relacionamentos ou atividades cotidianas, é recomendável buscar avaliação profissional.

Manifestações Físicas

No plano físico, o organismo humano tem uma inteligência própria, enviando sinais quando a saúde mental está debilitada. Problemas com o sono, alterações no apetite e no peso, cansaço extremo e dores inexplicáveis, como enxaquecas e problemas gastrointestinais, podem ter causas psicossomáticas. Tais sintomas podem indicar que o sistema imunológico está enfraquecido, tornando a pessoa mais suscetível a outras doenças, como gripes e resfriados constantes.

Impacto no Funcionamento Diário

A deterioração da saúde mental também pode afetar a capacidade de realizar tarefas diárias simples, como ir ao trabalho, fazer refeições, tomar banho ou se vestir. Em situações mais graves, podem ocorrer distorções na percepção da realidade, como delírios (falsas crenças, como a de estar sendo perseguido) e alucinações (perceber coisas que não existem). Esses sintomas indicam que a intervenção profissional é urgente para garantir a segurança e o bem-estar do indivíduo.

A desinformação sobre os primeiros sinais leva a uma perigosa cadeia de eventos: o atraso no diagnóstico e no tratamento permite que os sintomas escalem, culminando em quadros mais complexos e debilitantes que poderiam ter sido evitados com a atenção aos sinais iniciais.

Tabela de Sinais de Alerta por Categoria

2. A Jornada de Tratamento: Profissionais, Métodos e a Força da Colaboração

A pesquisa científica em saúde mental tem avançado de forma notável, resultando em tratamentos que podem ser tão eficazes quanto os para doenças físicas. Para problemas de saúde mental importantes, estudos sugerem que a abordagem mais eficaz é a que combina tratamentos psicoterapêuticos (terapia de conversa) com tratamentos somáticos (físicos), como a farmacoterapia. Essa colaboração entre psiquiatras e psicólogos é a chave para um cuidado holístico e duradouro, abordando tanto os aspectos biológicos quanto os emocionais e comportamentais do paciente.

O Psiquiatra: O Médico da Mente

O psiquiatra é um médico que, após a graduação em medicina de seis anos, realiza uma residência médica em psiquiatria por mais três anos. Sua atuação se concentra na avaliação dos aspectos biológicos e químicos do cérebro. Ele é o único profissional de saúde mental com permissão para prescrever medicamentos psicotrópicos, como antidepressivos, ansiolíticos e estabilizadores de humor, além de poder utilizar tratamentos somáticos como a eletroconvulsoterapia (ECT) para casos graves.

O psiquiatra foca no diagnóstico e tratamento de transtornos mentais específicos, como depressão, esquizofrenia e transtornos de ansiedade, e pode atuar em hospitais, ambulatórios e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Com o avanço da telemedicina, especialmente após a pandemia, muitos psiquiatras também oferecem consultas online, ampliando significativamente o acesso ao cuidado especializado.

O Psicólogo: O Especialista em Comportamento e Emoções

O psicólogo é o profissional que concluiu a graduação em psicologia de cinco anos e está capacitado para atender pacientes e clientes. Sua abordagem se concentra em “tudo que vai além das causas meramente biológicas de uma doença”, explorando a dinâmica do paciente, suas emoções, pensamentos e comportamentos.

O psicólogo utiliza diferentes modalidades de psicoterapia, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), a psicanálise e a terapia interpessoal, para ajudar os pacientes a entenderem as causas subjacentes de seus problemas, sem prescrever medicamentos. Uma importante atualização regulatória de 2022 da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) estabeleceu que os planos de saúde devem oferecer cobertura ilimitada para sessões de psicologia [6], removendo as antigas limitações de 12 sessões anuais.

Avanços na Telemedicina e Recursos Digitais

O cenário da saúde mental no Brasil foi significativamente transformado pela expansão da telemedicina. O Ministério da Saúde lançou iniciativas que disponibilizam mensalmente 12 mil teleconsultas com psicólogos e 6 mil teleconsultas com psiquiatras pelo SUS [7]. Essa modalidade de atendimento tem se mostrado especialmente eficaz para ampliar o acesso em regiões com escassez de profissionais especializados.

Plataformas como Meu Psiquiatra Online, atualmente a maior plataforma de telemedicina psiquiátrica do Brasil, e a Conexa Saúde, fundada em 2015 em Belo Horizonte, têm democratizado o acesso ao cuidado especializado [8]. Essas plataformas conectam pacientes e profissionais através da internet, oferecendo consultas seguras e eficazes.

Recursos Digitais Complementares

O mercado de aplicativos de saúde mental está projetado para ultrapassar US$ 3,9 bilhões em 2024 [9], refletindo uma crescente demanda por suporte digital. Aplicativos como Youper, que utiliza inteligência artificial para oferecer suporte emocional, e plataformas como Headspace, Calm e Moodfit têm se mostrado úteis como ferramentas complementares ao tratamento tradicional.

É importante ressaltar que esses recursos digitais não substituem o acompanhamento profissional, mas podem servir como ferramentas de apoio entre as sessões, oferecendo exercícios de mindfulness, técnicas de relaxamento e monitoramento do humor.

Terapias Complementares

Além dos profissionais tradicionais, existem outras terapias que podem atuar de forma complementar. Práticas como acupuntura, meditação, musicoterapia e aromaterapia podem proporcionar mais bem-estar e qualidade de vida quando utilizadas em conjunto com os tratamentos tradicionais. Essas abordagens integradas têm ganhado reconhecimento científico e são cada vez mais incorporadas em planos de tratamento holísticos.

Tabela Comparativa: Psiquiatra vs. Psicólogo

A distinção entre esses dois profissionais é uma informação crucial, mas muitas vezes desconhecida, o que pode levar à confusão e à postergação do tratamento. O conhecimento da formação e das atribuições de cada um capacita o indivíduo a tomar uma decisão mais estratégica e informada sobre quem procurar e, mais importante, a entender por que um tratamento completo pode necessitar da colaboração de ambos. A terapia conjunta não é uma escolha entre um ou outro, mas a combinação de expertises para um resultado mais eficiente e duradouro.

3. Um Mapa para a Ajuda: Encontrando Suporte no Brasil

A busca por ajuda é um desafio, especialmente para pessoas em situação de vulnerabilidade. Felizmente, existe uma vasta rede de apoio no Brasil. O Sistema Único de Saúde (SUS) conta com a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), um modelo de cuidado comunitário reconhecido internacionalmente pela Organização Mundial da Saúde. A RAPS se baseia em princípios como acesso universal, integralidade e equidade para garantir o cuidado psicossocial e a reinserção social de pessoas com transtornos mentais, além de combater o estigma e a discriminação.

Estrutura Atualizada da RAPS

A RAPS passou por importantes atualizações em 2024, com a instituição do Centro de Convivência (CECO) através da Portaria GM/MS Nº 5.738, de 14 de novembro de 2024 [10]. Essa nova modalidade de serviço amplia as opções de cuidado comunitário, focando na promoção da inclusão social e no fortalecimento de vínculos.

A RAPS é composta por diversos “pontos de atenção” que trabalham de forma integrada com a comunidade. O Ministério da Saúde publica regularmente o boletim “Saúde Mental em Dados”, cuja edição mais recente (nº 13, fevereiro de 2025) fornece informações atualizadas sobre a estrutura e funcionamento da rede [11].

Principais Serviços da RAPS

Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): O Coração da RAPS

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são considerados serviços estratégicos, pois atuam no território para tratar e reintegrar socialmente pessoas com transtornos mentais severos e dependência química, evitando internações prolongadas. Atualmente, o Brasil conta com diferentes modalidades de CAPS distribuídas pelo território nacional:

CAPS I: Para municípios com 20.000 a 70.000 habitantes

CAPS II: Para municípios com 70.000 a 200.000 habitantes

CAPS III: Funcionamento 24 horas, para municípios acima de 200.000 habitantes

CAPS AD: Especializado em álcool e drogas

CAPS Infanto-juvenil: Para crianças e adolescentes

Como exemplo da estrutura atual, o Distrito Federal conta com 18 CAPS em funcionamento, distribuídos entre as diferentes modalidades [12]. Essa expansão reflete o compromisso do país com o modelo de atenção psicossocial comunitária.

Exemplo Prático: Paulínia, SP

Para ilustrar como essa rede funciona na prática, o município de Paulínia, em São Paulo, oferece um sistema de teleatendimento chamado “Tele Acolhimento Saúde Mental”, disponível de segunda a sexta-feira das 8h às 14h, pelos telefones (19) 3874-4863 e (19) 3844-6367 [13]. A cidade também conta com diversos serviços da RAPS, incluindo o CAPS AD, para dependência química, e o CAPS Infanto-juvenil.

O serviço de Tele Acolhimento de Paulínia oferece atendimento, acolhimento, orientação e conversa com profissionais da saúde mental da prefeitura, mantendo a identidade dos usuários em sigilo. Este é um exemplo concreto de como os municípios têm adaptado e expandido seus serviços para atender às necessidades da população.

É crucial que a população verifique as informações em fontes oficiais, como os sites das prefeituras. Um alerta importante é sobre a necessidade de verificar a veracidade dos dados em canais oficiais, como o site da Prefeitura de Paulínia (https://www.paulinia.sp.gov.br/), para garantir a segurança e a credibilidade na jornada por tratamento.

Apoio Comunitário e Organizações Não-Governamentais

Além dos serviços públicos, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional e prevenção do suicídio de forma gratuita e sigilosa, 24 horas por dia, pelo telefone 188 [14]. O CVV também disponibiliza atendimento via chat em seu site oficial (https://cvv.org.br/) e por e-mail, ampliando as formas de acesso ao suporte.

Existem também ONGs especializadas, como o Instituto Borboleta Azul, que oferecem atendimento psicológico gratuito para famílias de baixa renda. A Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA), disponível em https://www.abrata.org.br/, oferece grupos de apoio e orientações específicas para transtornos afetivos como depressão e transtorno bipolar.

Setor Privado e Planos de Saúde

No setor privado, a maioria dos planos de saúde oferece cobertura para consultas psiquiátricas e tratamentos, incluindo medicamentos e internação. Uma importante atualização regulatória de 2022 da ANS estabeleceu que os planos de saúde devem oferecer cobertura ilimitada para sessões de psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia [15], removendo as antigas limitações quantitativas.

A recomendação é sempre verificar a cobertura diretamente com a operadora ou consultar o site da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em https://www.ans.gov.br/ para informações atualizadas sobre direitos e coberturas obrigatórias.

Tabela de Recursos de Apoio Atualizados

Serviço de ApoioTipo de SuporteContatoDisponibilidadeCVV (Centro de Valorização da Vida)Apoio emocional e prevenção do suicídio, confidencial e gratuitoTelefone 188 (24h/dia)
Site: https://cvv.org.br/24 horas, todos os diasLinha VidaPrevenção do suicídio e automutilaçãoTelefone 19624 horas, todos os diasTele Acolhimento PaulíniaAtendimento em saúde mental e orientaçãoTelefones: (19) 3874-4863 e (19) 3844-6367Segunda a sexta, 8h às 14hABRATAApoio a familiares e portadores de transtornos afetivosSite: https://www.abrata.org.br/Grupos de apoio regularesTeleconsultas SUSConsultas online com psicólogos e psiquiatrasAgendamento via UBS local18 mil consultas mensaisMinistério da SaúdeInformações oficiais sobre saúde mentalSite: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-mentalInformações atualizadas.

O CRAS e o CREAS, embora façam parte da assistência social, desempenham papéis complementares importantes, identificando situações de risco psicológico, fortalecendo famílias e encaminhando casos para a saúde mental quando necessário. Essa articulação intersetorial é fundamental para um cuidado integral e efetivo.

4. A Rede de Apoio Familiar: Cuidando de Quem Cuida

O apoio familiar é uma força poderosa e, em muitos casos, essencial para o sucesso do tratamento. A família pode ajudar a combater sintomas debilitantes como o isolamento, a apatia e o desleixo com o autocuidado, incentivando a pessoa a sair da cama, fazer refeições e cuidar da higiene pessoal. No entanto, é fundamental que a família não atribua a condição do indivíduo à sua vontade, mas compreenda que é uma doença real que influencia pensamentos e ações.

Grupo de apoio em saúde mental
Grupo de apoio oferecendo suporte mútuo em saúde mental

Comunicação Empática e Efetiva

A comunicação e a empatia são ferramentas valiosas. Ser um bom ouvinte, sem julgamentos, e oferecer ajuda prática, como fazer compras ou acompanhar a pessoa a consultas, pode ser mais importante do que dar conselhos. É vital saber o que dizer e o que evitar para não agravar inadvertidamente a situação.

Guia de Comunicação Empática

Frases Empáticas a DizerFrases a Evitar”Não estás sozinho. Estou aqui.””Está tudo na sua cabeça.””O que estás a sentir vai passar.””Todos passamos por momentos assim.””Eu não entendo exatamente o que sente, mas me preocupo contigo e quero ajudar.””Não posso fazer nada.””Que tal procurarmos ajuda profissional juntos?””É só uma fase, vai passar sozinho.””Tua saúde mental é tão importante quanto a física.””Outras pessoas têm problemas piores.””Estou orgulhoso de ti por buscar ajuda.””Tens que ser mais forte.”

Apoio Governamental para Famílias

O cuidado com a saúde mental de um membro da família afeta todo o núcleo familiar, e o papel do cuidador é um dos mais desafiadores. O cuidador também precisa de apoio e de praticar o autocuidado para não entrar em esgotamento. A sociedade e o Estado estão começando a reconhecer a sobrecarga desses cuidadores.

Existem propostas em tramitação para estender o Benefício de Prestação Continuada (BPC) a pessoas com transtornos mentais incapacitantes [16]. Além disso, o programa “De Volta para Casa” foi reajustado em 2024 para R$ 755, destinado a pessoas com longo histórico de internação psiquiátrica que estão em processo de reinserção social [17].

Organizações de Apoio a Familiares

Existem associações especializadas em apoiar familiares, como a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA), que oferece grupos de apoio e orientações. A ABRATA, disponível em https://www.abrata.org.br/, cria um ecossistema de cuidado mais resiliente para todos os envolvidos, oferecendo:

Grupos de apoio presenciais e online

Material educativo sobre transtornos afetivos

Orientações para familiares sobre como lidar com crises

Rede de contatos com outros familiares em situações similares

Estratégias Práticas para Familiares

Educação sobre a Condição: Compreender o transtorno mental específico ajuda a família a ter expectativas realistas e a identificar sinais de melhora ou piora.

Estabelecimento de Rotinas: Manter rotinas estruturadas pode proporcionar estabilidade e previsibilidade, elementos importantes para a recuperação.

Autocuidado do Cuidador: É essencial que os familiares também cuidem de sua própria saúde mental, buscando apoio quando necessário.

Participação no Tratamento: Quando apropriado e com consentimento do paciente, a participação da família no processo terapêutico pode ser benéfica.

5. Conclusão: Um Chamado à Ação e à Esperança

A saúde mental é uma questão de dignidade humana e de direitos. Como demonstrado neste guia, a jornada de cuidado é multifacetada e acessível, desde a identificação de sinais sutis até a busca por um tratamento robusto e a construção de uma rede de apoio. A chave para a superação de transtornos mentais reside na educação, na empatia e na quebra do estigma.

Avanços Significativos no Cenário Brasileiro

O Brasil tem feito progressos importantes na área de saúde mental. A expansão da RAPS, com a recente inclusão dos Centros de Convivência (CECO), demonstra o compromisso do país com um modelo de cuidado comunitário e humanizado. A ampliação das teleconsultas pelo SUS, oferecendo 18 mil atendimentos mensais entre psicólogos e psiquiatras, representa um avanço significativo no acesso ao cuidado especializado.

As mudanças regulatórias da ANS, que estabeleceram cobertura ilimitada para sessões de psicologia e outras terapias, removeram barreiras importantes que limitavam o acesso ao tratamento no setor privado. Esses avanços refletem uma crescente compreensão de que a saúde mental é tão importante quanto a saúde física.

Desafios Persistentes e Oportunidades

Apesar dos avanços, os dados de 2024 mostram que ainda enfrentamos desafios significativos. O aumento de 470 mil afastamentos do trabalho por transtornos mentais e a posição do Brasil como 4º país mais estressado do mundo evidenciam a necessidade de ações mais amplas e preventivas.

A crescente conscientização, com 54% da população considerando a saúde mental o principal problema de saúde do país, cria uma oportunidade única para expandir investimentos e políticas públicas na área. É fundamental que essa consciência se traduza em ações concretas de prevenção, tratamento e promoção da saúde mental.

Chamado à Ação

O tratamento precoce, a abordagem multiprofissional e o apoio da família são elementos interligados que maximizam as chances de recuperação. Por isso, é fundamental que cada indivíduo se capacite a reconhecer os sinais de alerta, a diferenciar os papéis de psiquiatra e psicólogo e a utilizar os recursos disponíveis na rede pública e privada.

A existência de serviços como a RAPS, o CVV e as iniciativas de teleatendimento mostram que há, sim, caminhos para a ajuda. O desenvolvimento de aplicativos e plataformas digitais complementa esse ecossistema, oferecendo ferramentas adicionais de apoio e monitoramento.

Mensagem Final

Buscar apoio não é um sinal de fraqueza, mas de autoconsciência e coragem. Ao compartilhar informações e combater o preconceito, cada um de nós se torna um agente de mudança, contribuindo para uma sociedade mais acolhedora e preparada para cuidar da saúde mental de todos.

A jornada da saúde mental é contínua e requer o envolvimento de toda a sociedade. Profissionais de saúde, familiares, amigos, empregadores e gestores públicos têm papéis importantes a desempenhar. Juntos, podemos construir um futuro onde o cuidado com a saúde mental seja acessível, efetivo e livre de estigma.

Referências

[1] G1. “Crise de saúde mental: Brasil tem maior número de afastamentos por ansiedade e depressão em 10 anos.” Disponível em: https://g1.globo.com/trabalho-e-carreira/noticia/2025/03/10/crise-de-saude-mental-brasil-tem-maior-numero-de-afastamentos-por-ansiedade-e-depressao-em-10-anos.ghtml

[2] Ipsos. “Brasil é o 4º país mais estressado do mundo com 42% da população relatando esse sentimento.” Disponível em: https://www.ipsos.com/pt-br/world-mental-health-day-2024

[3] IPq. “Saúde mental no Brasil: dados e panorama.” Disponível em: https://ipqhc.org.br/2024/04/15/saude-mental-no-brasil-dados-e-panorama/

[4] Saúde Business. “Saúde Mental no Brasil: Cenário Atual e Impactos.” Disponível em: https://www.saudebusiness.com/mercado-da-saude/o-cenario-da-saude-mental-no-brasil/

[5] Agência Brasil. “Saúde mental: afastamentos dobram em dez anos e chegam a 440 mil.” Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-03/afastamentos-por-transtornos-mentais-dobram-em-dez-anos-chegam-440-mil

[6] Portal Gov.br. “ANS acaba com limites de cobertura de quatro categorias profissionais.” Disponível em: https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/noticias/periodo-eleitoral/ans-acaba-com-limites-de-cobertura-de-quatro-categorias-profissionais

[7] AMB. “Ministério da Saúde lança iniciativas para saúde mental pelo SUS.” Disponível em: https://amb.org.br/brasilia-urgente/ministerio-da-saude-lanca-iniciativas-para-saude-mental-pelo-sus/

[8] Conexa Saúde. “O maior ecossistema digital de saúde física e mental.” Disponível em: https://www.conexasaude.com.br/

[9] Medicina Consulta. “Aplicativos de Saúde Mental: O Guia Completo Para Cuidar da Sua…” Disponível em: https://medicinaconsulta.com.br/aplicativos-saude-mental-2/

[10] Portal Gov.br. “Portaria GM/ms Nº 5.738, DE 14 DE NOVEMBRO DE 2024.” Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2024/prt5738_09_12_2024.html

[11] Portal Gov.br. “Saúde Mental em Dados – Edição nº 13 | Fevereiro de 2025.” Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-mental/saude-mental-em-dados/saude-mental-em-dados-edicao-no-13-fevereiro-de-2025/view

[12] Portal Gov.br. “Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).” Disponível em: https://www.saude.df.gov.br/carta-caps

[13] Prefeitura de Paulínia. “Prefeitura oferece Tele Acolhimento Saúde Mental.” Disponível em: https://www.paulinia.sp.gov.br/portal/noticias/0/3/4659/prefeitura-oferece-tele-acolhimento-saude-mental

[14] CVV – Centro de Valorização da Vida. Disponível em: https://cvv.org.br/

[15] Portal Gov.br. “ANS amplia regras de cobertura para tratamento de transtornos globais do desenvolvimento.” Disponível em: https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/noticias/periodo-eleitoral/ans-amplia-regras-de-cobertura-para-tratamento-de-transtornos-globais-do-desenvolvimento

[16] Ministério da Saúde. “Sus e a Saúde Mental.” Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-mental/sus-e-a-saude-mental

[17] ABRATA – Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos. Disponível em: